cover
Tocando Agora:

Pesquisadora indígena Sandra Benites realiza aula aberta na Pinacoteca do Ceará

O evento com a antropóloga, pesquisadora e curadora indígena será no dia 18 de outubro, às 18h, no auditório do museu. Pesquisadora indígena Sandra Benite...

Pesquisadora indígena Sandra Benites realiza aula aberta na Pinacoteca do Ceará
Pesquisadora indígena Sandra Benites realiza aula aberta na Pinacoteca do Ceará (Foto: Reprodução)

O evento com a antropóloga, pesquisadora e curadora indígena será no dia 18 de outubro, às 18h, no auditório do museu. Pesquisadora indígena Sandra Benites realiza aula aberta na Pinacoteca do Ceará. Rodrigo Avelar/Divulgação A antropóloga, pesquisadora e curadora indígena Sandra Benites realiza aula aberta e gratuita, nesta sexta-feira (18), na Pinacoteca do Ceará. O evento “Para o futuro” acontece às 18h, no auditório do museu. ✅ Siga o canal do g1 Ceará no WhatsApp Sandra Benites, Guarani Nhandewa, é pesquisadora, curadora e figura central no chamado feminismo indígena. Sustenta as questões que tratam do território, do ativismo político, da língua guarani, da saúde, do modo guarani de conceber o mundo. Ela é formada na licenciatura intercultural indígenas do Sul da mata atlântica pela Universidade Federal de Santa Catarina, mestre em Antropologia Social pelo Museu Nacional e doutoranda em Antropologia Social pelo Museu Nacional. Atualmente está como diretora de artes visuais na Funarte. Segundo a antropóloga, a memória e cosmovisão dos povos indígenas são base fundamental para a resistência histórica contra a destruição dos territórios. Ela defende a ideia de “acordar a memória”, uma expressão dos parentes de diferentes etnias em referência à ativação cotidiana de saberes e rituais ancestrais, passados de geração em geração. LEIA TAMBÉM: Conheça alternativas de acesso de pessoas com deficiência visual a obras de museus Projeto com aulas de alemão em escolas públicas do Ceará ajuda a levar alunos para a Alemanha; conheça Para Benites, “acordar a memória” é também uma forma de refletir e se opor aos processos de silenciamento e apagamentos históricos dos saberes e vozes indígenas, inclusive no campo das artes. A antropóloga e curadora deve abordar a contribuição das cosmovisões de diferentes povos indígenas sobre os processos de elaboração artística e, em especial, à memória enquanto catalisador de mudanças. Memória e futuro Para Benites, “acordar a memória” é também uma forma de refletir e se opor aos processos de silenciamento e apagamentos históricos dos saberes e vozes indígenas. Alex A memória tem uma relação com a forma de ver o mundo, como ele surgiu segundo as crenças de cada comunidade. E são essas construções coletivas que podem levar a humanidade a um futuro melhor, trilhando outros caminhos com base nos saberes ancestrais, transmitidos de geração em geração por meio da oralidade, da vivência e da vida cotidiana. O próprio processo de criação artística dos povos indígenas possui particularidades intrínsecas às cosmovisões de cada território. Para que um artista da etnia guarani possa produzir uma escultura, por exemplo, é necessário antes realizar a coleta da matéria-prima por meio rituais. É preciso pedir permissão aos espíritos da floresta e estar alinhado com a fase lunar ideal e no tempo ideal. Diferente da visão ocidental, o povo guarani compreende que a arte está no processo e não apenas no objeto produzido. Nos últimos anos, Sandra Benites tem atuado para levar a cosmovisão dos povos originários ao mundo dos museus, diversificando suas vozes. Nascida na aldeia Porto Lindo/Jacare'y, no Mato Grosso do Sul, Sandra defende que o passado é também uma caminhada e, por isso, as memórias precisam seguir um fluxo. Esse movimento de acordar a memória, e que reverbera no campo das artes, é um chamado para que os povos tenham uma visão integral do planeta. Caminhar com as memórias é também garantir o futuro dos seres vivos, das florestas, corpos de água, possibilitando a manutenção de territórios saudáveis e seguros para o bem-estar futuro. A aula aberta “Para o futuro” é gratuita, tem classificação indicativa livre, interpretação em Libras e conta com 100 vagas disponíveis a serem ocupadas por ordem de chegada. A Pinacoteca integra a Rede de Equipamentos e Espaços Culturais da Secretaria da Cultura do Ceará (SECULT-CE) e é gerido em parceria com o Instituto Mirante. Bienal de Veneza destaca a arte indígena Assista aos vídeos mais vistos do Ceará

Fale Conosco